sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O que é o Bric?
por Luís Indriunas




o Bric



BRIC é uma sigla criada a partir da inicial de Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes considerados elite entre os países em desenvolvimento . Os quatro podem vir a ser grandes potências econômicas, segundo alguns economistas. O termo surgiu em 2001 após um relatório do grupo Goldman Sachs: "Building Better Global Economic Brics". Segundo esse relatório, os quatro países podem chegar a ficar entre as 10 principais economias do mundo até 2050. A China já ultrapassou a Alemanha e pode chegar ao primeiro lugar em matéria de volume do Produto Interno Bruto, ultrapassando os Estados Unidos, nos próximos anos. Aliás, o PIB chinês cresce, em média, 10% ao ano, muito mais que a média mundial de cerca de 4%.

Brasil, Rússia, Índia e China formam o Bric, os países em desenvolvimento que devem desbancar grandes potências econômicos nas próximas décadas
©2008 ComotudoFunciona/Geisa C. Souza

Grupo político

Os Brics também se transformaram num bloco político, mesmo que informal, pretendendo influenciar as decisões econômicas, sociais e políticas internacionais. O grupo tem se reunido com certa freqüência. No final de 2008, por exemplo, o grupo escreveu uma carta de reivindicações pedindo modificações das políticas de órgãos como o Fundo Monetário Internacional (Fonte: Estadão)
Há vários fatores que levaram o banco de investimento a acreditar no potencial do Bric, mas, sem dúvida, o grande mercado consumidor desses países é um dos pilares. Afinal, juntos eles somam cerca de 40% da população. Segundo as projeções, até 2015, 800 milhões de consumidores desses países irão receber acima de US$ 3 mil por ano, o que significa a elevação do nível social dessas pessoas de pobres para classe média. Além disso, cada um desses países têm potencial econômico para ser grandes lideranças em alguns setores. Os russos têm grandes reservas de petróleo e gás natural; os brasileiros são importantes produtores agrícolas, têm grandes reservas minerais e um parque industrial diversificado; os indianos despontam como grandes profissionais em áreas tecnológicas em geral com ênfase para a informática, e os chineses, além de terem um verdadeiro exército de operários, têm investido a fim de melhorar sua tecnologia, além de ampliar sua infra-estrutura.

Com exceção do Brasil, os outros integrantes do Bric têm tido um crescimento do PIB muito maior que o esperado pelas projeções do Goldman Sachs. Veja mais detalhes no relatório de 2007 da instituição: Brics and beyond. Afinal, o primeiro relatório da Goldman Sachs ajudou a abrir o olho do resto do mundo sobre o potencial desses países. Não foram poucas as empresas que começaram a investir nesses países. É o caso, inclusive desse site, que antes só existia nos Estados Unidos e hoje está no Brasil e na China.

Obviamente, há vários outros fatores que podem fazer essas previsões não vingarem. Afinal esses países têm problemas estruturais. No Brasil, falta infra-estrutura e há uma carga tributária elevada, além de uma educação geral precária. A China preocupa por causa do seu regime político ditatorial, da devastação ambiental e poluição elevadas e a taxa de nascimento pequena com o conseqüente envelhecimento da população nos próximos anos. A Índia sofre com uma organização social rígida e seus conseqüentes conflitos étnicos e a péssima infra-estrutura. À Rússia pesa um alto índice de criminalidade e corrupção e um baixo índice de natalidade. (Fonte: Exame)

Além dos BRICs, pelo menos outros dois países são considerados potencialmente fortes e com um futuro promissor nos próximos anos. São eles, o México e a Coréia. Todos eles, no entanto, têm desafios gigantes para chegarem ao topo, além de ter que resolver problemas sociais estruturais como, no caso do Brasil, a criação e consolidação de uma educação efetiva e de qualidade. Ou seja, mesmo que o PIB desses países cresça, é importante estar atento para outros indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), porque se não, pode acontecer deles tornaram-se economias vigorosas, mas frágeis nos aspectos sociais. Quem viver até 2050, verá.

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