quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

China e EUA firmam parceria

O presidente chinês, Hu Jintao, e o presidente norte-americano, Barack Obama, se encontraram ontem (19) na Casa Branca. Segundo o comunicado conjunto divulgado depois do encontro, os dois países concordaram em construir uma relação de parceria cooperativa baseada no respeito mútuo e no benefício recíproco.
O governo Obama preparou uma calorosa cerimônia de boas-vindas a Hu Jintao. Esta é a primeira visita de Estado que o líder máximo chinês faz aos Estados Unidos desde a tomada da posse de Obama.
Ao entrar no século 21, as relações sino-norte-americanas têm chamado a atenção global. Obama foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a fazer uma visita oficial à China já no primeiro ano de mandato. Durante sua estadia na China, em novembro de 2009, os dois países divulgaram um comunicado conjunto destacando a construção de uma relação bilateral de cooperação ativa. Em 2010, no entanto, a relação bilateral viveu um período difícil. Para especialistas, é de suma importância que os dois países reajustem o conhecimento mútuo sob o atual contexto da situação internacional.
Nesta quarta-feira, Hu Jintao e Obama, junto com altos funcionários responsáveis por comércio, finanças e diplomacia, realizaram reuniões de diferentes escalas durante cerca de três horas. Nesse período, eles discutiram sobre as relações bilaterais e assuntos internacionais de interesse comum, como a questão nuclear da península coreana.
Para Hu Jintao, a China e os Estados Unidos possuem crescentes interesses e responsabilidades comuns perante tantos desafios globais.
"Os dois países devem seguir a direção correta para o andamento das relações bilaterais, respeitar a soberania e a integridade territorial do outro, impulsionar um desenvolvimento sadio e saudável das relações bilaterais, além de contribuir para a preservação da paz mundial. Concordamos em levar a frente uma relação sino-norte-americana de cooperação ativa e incrementar colaborações em comércio, energia, meio ambiente, ciência e tecnologia, infraestrutura, cultura, educação, combate ao terrorismo, prevenção da proliferação nuclear e outras áreas."
Para muitos especialistas, como os Estados Unidos veem uma China em expansão tem um papel chave em estabilizar e impulsionar o relacionamento bilateral. Ontem, Obama destacou em várias ocasiões que os Estados Unidos estão de braços abertos para uma China cada dia mais forte.
"Os Estados Unidos acolhem o crescimento da China como um membro forte, próspero e bem-sucedido da comunidade internacional. O sucesso da China traz benefícios aos dois povos, e as colaborações em uma série de questões impulsionam a paz e a estabilidade da região Ásia-Pacífico."
Sobre Taiwan, uma das questões mais sensíveis nas relações bilaterais, Obama reiterou, nos três comunicados conjuntos, a persistência na política de Uma China Só e no respeito.
(Por Zhu Wenjun)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

China analisa projeto que obriga filhos a visitarem os pais idosos (Postado por Erick Oliveira)

O governo da China estaria analisando um projeto de lei que transformaria a visita de filhos a pais idosos em uma obrigação legal.
A população de idosos do país cresce cada vez mais.
De acordo com a repórter da BBC para a região da Ásia Vivien Marsh, o país atualmente tem quase 170 milhões de pessoas acima dos 60 anos e, por isso, não pode ignorar o problema dos cuidados com os idosos.
Uma autoridade do governo chinês informou à imprensa estatal que, de acordo com um novo projeto de lei, as pessoas idosas que são ignoradas pelos filhos podem ir à Justiça, reivindicar o direito de receber cuidados físicos e mentais.
Cuidar dos pais é parte da cultura tradicional chinesa. Mas, nos últimos anos, a grande migração interna e as pressões do mercado de trabalho levaram ao enfraquecimento dos laços de família.
Emenda
A China já tem uma lei de Proteção dos Direitos e Interesses dos Idosos, que entrou em vigor em 1996, mas ainda não passou por nenhuma modificação, de acordo com o site de notícias "China Daily".
A proposta de obrigatoriedade de visitar os pais seria uma emenda a esta lei.
Segundo Wu Ming, do Ministério de Negócios Civis da China, se a emenda à lei entrar em vigor, a Justiça do país não poderá mais rejeitar os casos de idosos que não recebem os cuidados adequados de seus filhos.
De acordo com estatísticas do Comitê Nacional de Envelhecimento da China, no final de 2009 o país tinha 167 milhões de pessoas acima de 60 anos e cerca de 19 milhões com mais de 80.
Mais da metade das pessoas acima de 60 anos na China vivem sozinhas e a situação é pior nas cidades, onde cerca de 70% dos idosos vivem sozinhos, segundo o comitê.
De acordo com o Ministério dos Negócios Civis, a China atualmente tem mais de 38 mil casas de repouso para idosos, com cerca de 2,7 milhões de leitos e mais de 2,1 milhões de idosos sendo atendidos.
Muitos especialistas elogiaram a proposta de emenda à lei de 1996, mas acrescentaram que será muito difícil aplicar a nova legislação.
Qian Jun, advogado de Pequim ouvido pelo China Daily, afirmou que é impossível aplicar a obrigatoriedade da visita aos pais, pois ela violaria a liberdade pessoal.
'Poderia ser melhor fortalecer a educação moral do que obrigar legalmente as pessoas a fazer algo', disse o advogado.