domingo, 15 de junho de 2008

BBVA mira expansão no Brasil, China e Índia, diz jornal

MADRI (Reuters) - O BBVA está mirando oportunidades de médio e longo prazos para expandir sua presença em mercados como Brasil, China e Índia, disse o presidente do banco espanhol em uma entrevista a um jornal.

Ao Brasil, o segundo maior banco espanhol espera retornar cedo ou tarde, depois de vender uma fatia de 5 por cento no Bradesco no ano passado.

"É claro que o Brasil é um grande país e nós temos uma excelente operação bancária global lá. Então, se aparecer uma oportunidade, nós vamos aproveitar", afirmou Francisco Gonzalez ao El Pais.

"Provavelmente vai aparecer em breve e nós vamos considerá-la uma oportunidade global. Se vier amanhã, será amanhã. Se não for, então seremos pacientes, porque temos muito a fazer, mas nós voltaremos ao Brasil."

O BBVA cresceu agressivamente nos últimos anos para reduzir sua dependência do mercado doméstico, onde a expansão econômica está em forte desaceleração.

Mais cedo neste mês, o BBVA dobrou sua participação no sétimo maior banco da China, o CITIC, para 10 por cento, e exerceu uma opção para comprar mais 5 por cento nos próximos dois anos.

"Na Índia ou na China, você tem de pensar em longo prazo, e não em chegar lá e fazer dinheiro amanhã", disse.

"Se a China se desenvolver adequadamente, e eu acho que vai, nós teremos uma oportunidade excelente de fazer bons negócios na China, mas isso será nos próximos 10 ou 15 anos."

Gonzalez disse que está preparado para ampliar a presença do BBVA na Índia, onde tem atualmente apenas uma agência.

"Hoje não é fácil de entrar (na Índia) devido a restrições sobre o investimento externo, mas haverá um novo governo em 2009 e talvez novas oportunidades", disse.

O BBVA faz cerca de 39 por cento do seu lucro líquido na Espanha, com aproximadamente 44 por cento na América Latina e Estados Unidos, onde o banco incorporou sua mais recente aquisição, o Compass Bancshares, no segundo semestre do ano passado. O resto vem do corporate banking.

(Reportagem de Martin Roberts)
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