terça-feira, 23 de setembro de 2008

'Bric podem apontar saída da lama', diz especialista no 'FT'

O economista que criou a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) defende nesta terça-feira em um artigo no Financial Times que esse grupo de países "pode indicar a saída" para a atual crise que assola a economia mundial.

Em um artigo intitulado "Bric podem apontar saída da lama", Jim O'Neill, economista-chefe do banco Goldman Sachs, argumenta que os quatro grandes emergentes são capazes de compensar a desaceleração econômica mundial resultante da queda no consumo dos Estados Unidos.

"Uma grande parcela da demanda global continua a ser criada a partir dos Bric", escreve O'Neill no diário financeiro britânico. "De acordo com nossas últimas estimativas, até agora, nesta década, tem havido tanta demanda gerada pelos Bric que pelos Estados Unidos." O economista cita o caso da China, cujo consumo tem batido o consumo dos americanos, e do Brasil, onde a alta de 6,1% do PIB no último trimestre superou as expectativas dos analistas.

Para O'Neill, "é evidente" que o consumo dos EUA está "muito esticado".

"Equivalente a mais de 70% do PIB, o gasto está insustentável. É bastante concebível que na próxima década o consumo dos EUA caia para o equivalente a 60% do PIB", escreve.

Nessas condições, calcula o economista, o impulso dos Bric ainda seria capaz de soprar a economia mundial.

"A 70% de seu PIB, o gasto dos EUA equivale a cerca de 21% do PIB mundial. Se cair para 60% do seu PIB, contribuirá com apenas 18% do PIB mundial." O'Neill acredita que "os consumidores nos Bric vão compensar (esta queda), podendo inclusive receber uma ajuda de alemães e japoneses, embora de maneira limitada".

"Isto significa que, no início deste ajuste, um crescimento global de 3,5% ainda é viável, mesmo que não se possa sustentar um crescimento de 5%." Para o economista, mesmo que os mercados considerem que exista uma redução de crédito em todos os países, "é improvável que seja verdade que todos os países enfrentem a mesma situação".

Além disse, ele acrescenta, a turbulência já criou um "sentimento de crise" que obriga políticos e autoridades nos países afetados a agir para "separar Wall Street (a rua nova-iorquina que simboliza o mercado financeiro americano) da Main Street (a rua do comércio, símbolo da economia real)".

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

PIB russo crescerá entre 7,8% e 8% este ano

Moscou, 19 set (EFE).- O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na Rússia ficará este ano entre 7,8% e 8%, informou hoje o vice-primeiro-ministro e titular de Finanças russo, Alexei Kudrin.

Em um pronunciamento na Duma ou Câmara dos Deputados, Kudrin assinalou que o Governo não tem intenção de modificar as previsões de crescimento econômico para 2009.

"Não mudaremos os planos de crescimento econômico para 2009, e em 2008 poderia se situar acima do previsto, entre 7,8% e 8%", disse, citado pela agência "Interfax".

Assim, acrescentou, o crescimento da economia russa pode alcançar pelo segundo ano consecutivo índices recordes.

Em suas previsões para 2008, o Ministério de Desenvolvimento Econômico da Rússia tinha calculado que o aumento anual do PIB seria de 7,6%.

Segundo dados oficiais, em 2007 a economia russa experimentou um crescimento de 8,1%, o maior índice desde 2000, quando o PIB aumentou 10%.

No mês de junho, o subdiretor-general do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky, revisou para cima sua previsão de crescimento da economia russa em 2008 e 2009 para 8%.

O FMI tinha previsto em abril passado que o Produto Interno Bruto (PIB) russo cresceria 6,8% este ano e 6,3% em 2009.
UOL